Importantes adversários do Vasco ano passado teriam manipulado jogos

De acordo com o promotor de Justiça do Ministério Público de Goiás (MP-GO), Fernando Martins Cesconetto, as partidas entre Vila Nova e Sport, Criciúma e Tombense e Sampaio Corrêa e Londrina foram alvos de esquemas de manipulação durante a realização dos jogos válidos pelo Brasileirão Série B 2022.

A denúncia, feita pelo próprio clube goiano (o VIla Nova), atesta que o ex-Vila Romário, meio-campista e hoje no Goiânia, é um dos alvos da Operação Penalidade Máxima. O jogador teria recebido um sinal de 10 mil reais para cometer um pênalti no encontro diante do Leão da Ilha; porém, não o fez.

“A manipulação consistia em cometer pênaltis sempre no primeiro tempo dos jogos de forma a garantir um elevado ganho financeiro para os apostadores e também para atletas direta ou indiretamente envolvidos. Acontece que para a aposta dar certo, era necessário que os pênaltis ocorressem nos três jogos”, comentou o promotor Fernando Martins.

Nas outras partidas, os pênaltis foram assinalados e cometidos pelos atletas Matheusinho, ex-Sampaio e hoje no Cuiabá, além do zagueiro Joseph, do Tombense, que também são alvos da investigação. Cada jogador teria recebido um valor de R$150 mil para participarem do esquema de manipulação.

“Em dois jogos, os pênaltis aconteceram. No caso do jogo do Vila Nova, que é a vítima e denunciante do caso, o pênalti não aconteceu. Isso gerou prejuízo para os apostadores. Estima-se que o prejuízo aos apostadores foi de R$ 2 milhões”, completou o responsável e promotor do caso, Fernando Martins

Equipes envolvidas se pronunciaram

Tanto o Vila Nova quanto o Sampaio Corrêa, adversários do Vasco na temporada passada, se pronunciaram, através de nota publicada aos torcedores e sociedade. É provável que as duas equipes realmente ajudem nas investigações e procurem salientar o que de fato aconteceu no ano passado.

O Vila Nova Futebol Clube informa que auxilia, na condição de denunciante, o Ministério Público do Estado de Goiás, que através do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), da Coordenadoria de Segurança Institucional e Inteligência (CSI) e do Grupo de Atuação Especial em Grandes Eventos do Futebol (GFUT), deflagrou a Operação Penalidade Máxima na manhã desta terça-feira (14). O Vila Nova Futebol Clube aguarda a manifestação do MP/GO com mais informações e ressalta seu papel colaborativo e o compromisso com valores éticos, morais e de lisura que são princípios do clube e do esporte.

Vila Nova, em nota oficial

Vale lembrar que ambas as equipes permaneceram na segunda divisão do Campeonato Brasileiro. O melhor colocado entre os envolvidos foi o Sampaio Corrêa, que terminou a competição com 58 pontos somados, na quinta colocação. Já o pior na tabela foi o Tombense, na décima quinta colocação, com 45 pontos obtidos.

O Sampaio Corrêa apoia as investigações, e espera que tudo seja devidamente esclarecido. O clube ressalta que não compactua com nenhum tipo de atitude que ultrapasse as quatro linhas do campo, e frisa que cada um dos supostos envolvidos responda pelos seus atos e arque com as consequências. O presidente Sergio Frota destaca que o Sampaio, no lance em questão, foi duplamente prejudicado, pois na sequência o atacante Gabriel Poveda marcou um gol, anulado com o auxílio do VAR para a revisão da jogada. O pênalti então foi marcado para o Londrina.

Sampaio Corrêa, em nota oficial