Sagrar-se Campeão Mundial é o desejo de qualquer clube. Porém, atualmente, é uma tarefa cada vez mais difícil devido a discrepância de orçamento entre europeus e o restante do mundo. O Vasco disputou o torneio em 1998, quando perdeu para o Real Madrid na final e em 2000, quando perdeu novamente a final, mas desta vez para o Corinthians, no Macaranã.
Mas, diferente do que aconteceu no Estádio Olímpico de Tóquio contra os espanhóis e no Rio de Janeiro, diante dos paulistas, em 1953 o time cruzmaltino conquistou um torneio de caráter mundial, o Torneio Rivadávia Corrêa Meyer, organizado pela Confederação Brasileira de Desportos (CBD), que contou com o auxílio e apoio da FIFA. O campeonato que sucedeu a Copa Rio, era internacional e tinha um caráter intercontinental.
A disputa tinha Botafogo, Fluminense, Vasco e o escocês Hibernian, como integrantes do Grupo do Rio de Janeiro. Já o grupo de São Paulo, contavam com Corinthians, o paraguaio Olímpia, o português Sporting e o São Paulo. Na primeira fase, os times dos grupos se enfrentavam e os dois melhores avançavam.
Na fase de grupos, o Vasco empatou com o Hibernais e venceu o Botafogo e o Fluminense, já no mata mata, ganhou os dois jogos do Corinthians no Maracanã por 4 a 2 e 4 a 1, respectivamente. Na final, bateu o São Paulo por 1 a 0, em pleno Pacaembu, sagrando-se assim, campeão invicto.
O pedido de reconhecimento na FIFA
Em 2017, 64 anos depois, o Vasco, através de Alexandre Campello e Jorge Salgado, antigo e atual presidente do clube, tiveram uma reunião na CBF para discutir entre outras coisas, o reconhecimento do título mundial de 1953. Um ofício de sete páginas foi feito pelo clube e entregue para Rogério Caboclo, para que a entidade brasileira vá até a FIFA.
O principal argumento e alegação é o de que o formato da competição é muito similar ao que o Mundial de Clubes tem nos dias atuais.
“Destaca-se, ainda, que a FIFA é a responsável por competição (Mundial de Clubes) nos mesmos moldes das organizadas pela então CBD na década de 50, o que evidencia a necessidade de haver o reconhecimento histórico das atitudes do nosso futebol naqueles anos”, diz parte do documento.
No final do ofício, o clube também usa como argumento o reconhecimento que a CBF fez com os campeões da Taça Brasil e do Torneio Roberto Gomes, o Robertão, como campeões brasileiros. Antes disso, o primeiro Campeão Brasileiro era o Atlético-MG, em 1971.
O Gigante da Colina não foi o primeiro a pedir reconhecimento de título mundial para a FIFA. Antes, Palmeiras e Fluminense fizeram uma solicitação parecida, mas para a Copa Rio, campeonato que antecedeu o Torneio Rivadávia Corrêa Meyer.
“O sucesso da Copa do Mundo de 1950 lançou o Brasil no cenário mundial. E, na esteira daquele Mundial, foram organizados torneios internacionais envolvendo clubes de todo o mundo. Nosso Centro de Memória possui em seu acervo documentos, imagens, artigos, jornais da época, ingressos, divulgação midiática e até mesmo o Regulamento Oficial da disputa, material que comprova a dimensão e a importância do Torneio. Com toda a documentação, encaminhamos à CBF um ofício solicitando que ela encaminhasse à Fifa o nosso pleito”, disse João Ernesto Ferreira, vice de relações especializadas do Vasco a Rogério Caboclo.
Se o Vasco tem ou não, o título de Campeão Mundial, é discutível, mas independente disso, o Torneio Rivadávia Corrêa Meyer tinha um caráter internacional e contava com times de alto nível, sendo uma conquista muito celebrada e importante para a época, coroando a grande equipe cruzmaltina.
