Torcida bate de frente contra o sistema e vai comparecer a barreira do Vasco

A torcida do Vasco da Gama está se mobilizando para ajudar a comunidade “Barreira do Vasco”, que tem sofrido com a proibição da presença de público em São Januário. A “ASTOVAS” está convocando a torcida para acompanhar a partida contra o Bahia, que acontece no próximo domingo (3 de setembro) às 18h30, na comunidade que fica próxima ao estádio.

O último jogo do Vasco com torcida presente no estádio aconteceu em uma quinta-feira (22 de junho), contra o Goiás. O cruzmaltino foi derrotado pelo placar de 1 a 0, e desde então, não pode receber sua torcida.

Essa proibição não tem afetado apenas o time, que não pode contar com o apoio de sua torcida, mas também a comunidade, que está sendo prejudicada pela falta de movimento em dias de jogos.

Torcida Cruzmaltina organiza festa em jogo do Vasco para ajudar comunidade

A presidente da Associação de Moradores da Barreira do Vasco, Vaninha, falou sobre como a falta de público está afetando a vida das pessoas que moram próximas ao estádio:

“”Tem moradores que estão com o aluguel atrasado. Estão sendo punidos por algo que não fizeram. Hoje está sendo demitido um funcionário de um depósito, não conseguiram pagar o salário dele. Hoje, no dia desta reunião, uma família está sendo punida na Barreira do Vasco.”

Após a confusão na derrota do Vasco para o Goiás, um texto escrito por Marcelo Rubioli, juiz de plantão no Juizado Especial do Torcedor e Grandes Eventos, viralizou:

“Para contextualizar a total falta de condições de operação do local, partindo da área externa à interna, vê-se que todo o complexo é cercado pela comunidade da Barreira do Vasco, de onde houve comumente estampidos de disparos de armas de fogo oriundos do tráfico de drogas lá instalado o que gera clima de insegurança para chegar e sair do estádio. São ruas estreitas, sem área de escape, que sempre ficam lotadas de torcedores se embriagando antes de entrar no estádio.”

Vaninha também comentou sobre o texto publicado por Rubioli: “Uma tristeza e a certeza de que existe ainda preconceito e racismo por uma favela. Vem conhecer no dia dos jogos pra ver. Não tem essa criminalidade, essa violência que colocaram pra gente. Favela de paz.”